A calçada portuguesa, na beleza intrínseca das suas infinitas combinações de calcáreo e basalto, é uma marca identitária que parece estar em vias - pela mão da autarquia e em nome de falsas promessas de comodidade e progresso - de poder vir a desaparecer da cidade. Quem ama lisboa sabe que é imperativo denunciar e combater esta afronta à tradição e crime lesa-patrimonial. Aprovado ontem na Assembleia Municipal de Lisboa, o Plano de Acessibilidade Pedonal prevê a implementação, até 2017, de 100 medidas que facilitem a mobilidade das pessoas na capital. Algumas destas medidas passam pelo aumento de passadeiras, de ciclovias e pelo rebaixamento de alguns passeios. No entanto, uma das iniciativas está a gerar polémica, já que o plano prevê a substituição da calçada portuguesa em alguns locais da cidade de Lisboa. Para a Associação de Defesa do Património de Lisboa esta medida é inaceitável e, por isso, já anunciaram que vão realizar uma petição para impedir que o pavimento tradicional seja retirado. Aos microfones da TSF, o vereador dos direitos sociais da autarquia lisboeta, garantiu que a retirada do referido pavimento só será feito nos locais em que a mesma represente um perigo. O plano não diz que vamos tirar a calçada toda. [Até porque] nem com o orçamento todo da câmara para os próximos quatro anos seria possível tirar toda a calçada de Lisboa e pôr outros pavimentos, começou por dizer João Afonso, acrescentando ainda: Acho que é a oportunidade de pôr um novo passeio que não seja derrapante e que seja mais regular que a calçada portuguesa, concluiu.
A Praça do Município tem lugar na freguesia de Santa Maria Maior, na Rua do Arsenal, em plena Baixa Pombalina e com a Praça do Comércio a oeste. Aqui está o edifício dos Paços do Concelho com a sede da Câmara Municipal de Lisboa e no seu centro localiza-se o Pelourinho de Lisboa. Esta praça foi palco, no dia 5 de outubro de 1910, da proclamação da república perante milhares de pessoas. Ainda hoje, as comemorações da Implantação da República realizam-se aqui. A Calçada Portuguesa é um dos ex-libris da cidade de Lisboa. É uma forma de arte urbana que apaixona e surpreende turistas, habitantes locais e conhecedores desta matéria. Em plena Praça do Município e em frente à Câmara, as linhas geométricas encaixam com a forma ortogonal da praça e estão colocadas no chão em forma de raios. O atual pavimento desta praça é de 1997, e o desenho é da autoria do pintor Eduardo Nery. O artista quis criar um desenho geométrico para que parecesse um longo “tapete” com um padrão d
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