Marquês de Pombal: uma praça, uma
rotunda, um ponto de encontro de lembranças e memórias.
Existem locais na cidade onde o
passado e o presente se encontram. São marcos do nosso dia a dia e dos dias de
outrem também. A praça do Marquês de Pombal é, sem dúvida, um desses locais.
Para as pessoas a rotunda/praça do
Marquês de Pombal é apenas uma referência de centro, entrada ou saída cidade de
Lisboa, não existindo a verdadeira consciência de um passado, de um património
único não havendo também a contemplação e a adoração do enorme símbolo
patrimonial que está no seu centro.
Praça Marquês de Pombal © Ruas de Lisboa com alguma história |
Entender a ideia da construção da
rotunda é, em primeiro lugar, entender e perceber que foi um marco de evolução
da cidade e a sua consequente expansão para norte.
A ideia de se erguer um monumento a
Sebastião José de Carvalho e Melo surgiu em meados do século XIX porém, só em
1882 ela se tornou pública e concreta, quando o Parlamento autorizou o Estado a
fornecer o bronze para a sua realização.
Virado a sul, numa posição de vigia
da obra feita, o monumento tem 36 metros de altura e a figura de bronze do
Marquês de Pombal tem quase 10 metros. A sua figura apoia o braço num leão,
símbolo de serenidade e de força. Na base do monumento encontra-se a proa de
uma nau que simboliza a libertação da marinha mercante. O corpo de uma mulher
nua é Lisboa reconstruída. Por baixo estão as esculturas de Plutão e Poseidon,
símbolos do cataclismo que assolou a cidade em 1755. Ao lado estão presentes os representantes da indústria
e da pesca -- um cavalo arrasta as redes, um operário assopra o vidro. A
agricultura é também representada pelo trabalho da lavoura e uma junta de bois.
Uma mulher transportando uma cesta de uvas, representa a beleza e a elegância
da forma. Como alegoria da reforma dos Estudos Universitários vemos Minerva,
sentada diante do pórtico da Universidade de Coimbra.
O início do século XX chamava as
gentes à rotunda atraídas por um monumento estupendo, deslumbrante na sua
dimensão e nas suas figuras.
Os tempos modernos trouxeram à praça
a correria do quotidiano, o excesso de trânsito e um olhar breve e fugaz de
quem lá passa. O olhar atento e o interesse do que foi, o que lá houve e mesmo
o que é hoje, não existe.
Praça Marquês de Pombal © Roc2c |
O século XXI, numa ideia artística
diferente, coloca nas paredes dos tuneís do metro, a história e a vida deste
estadista.
O Hotel Fenix e o Hotel Flórida,
construídas na segunda metade do século XX são dos poucos edifícios que se
impõem na nova arquitetura moderna da praça. Dos edifícios iniciais e dos
pequenos jardins já quase nada resta. A praça moderniza-se, despreza a
habitação e acolhe os serviços.
Curta
biografia de Marquês de Pombal
Sebastião José de
Carvalho e Melo ficou na história conhecido por seu título de nobreza, Marquês
de Pombal. Sua família era nobre, mas os pais de Sebastião não tinham muito
dinheiro. O rapaz estudou Direito por um ano na de Universidade de Coimbra e
não gostou. Entrou para o serviço militar, como cadete e também não se adaptou.
Depois de uma vida de solteiro bastante agitada, casou-se com Teresa de Noronha
e Bourbon, dama da rainha Maria Ana de Áustria.
Marquês de Pombal © Observador |
Quando completou 39 anos iniciou a sua vida pública: foi embaixador (representante do governo português) na Inglaterra - onde sua mulher veio a falecer - e na Áustria. A sua energia, depois do terramoto de 1755 que destruiu Lisboa e matou centenas de milhares de pessoas, deu-lhe muito prestígio com o rei. Foi nomeado sucessivamente primeiro-ministro, conde de Oeiras e Marquês de Pombal.
Um olhar e uma reflexão à
calçada
Esta
calçada é um ícone e ao mesmo tempo um ponto de encontro de tradições
portuguesas e europeias, como já aqui referimos. Nela estão representados
símbolos e figuras, fazendo assim referência à Época dos Descobrimentos, um
marco na história portuguesa.
Estas minuciosas obras de arte
pública não simétricas trazem também o sonho e a memória do quotidiano,
ajudando a criar a identidade que distingue a Calçada Portuguesa.
Praça Marquês de Pombal © Roc2c |
Podemos realçar a importância histórica destes empedrados
em calçada portuguesa. Nesta rotunda temos representados uma caravela e uma
estrela- todos eles representam a grande Época dos Descobrimentos Portugueses.
A caravela foi uma embarcação usada pelos portugueses durante a era dos
Descobrimentos e a estrela está associada ao simbolismo celeste. Retrata a
perfeição, a luz e o renascimento.
Marquês de Pombal: a square, a
roundabout, a meeting point of memories
There are
places in the city where the past and the present connect each other. They are
symbols of our days and the days of others too. The square of Marquês de Pombal
is undoubtedly one of these places.
For
people, the roundabout/square of Marquês de Pombal is only a reference to the
center, entrance or exit of Lisbon. There is no true awareness of a past, of a
unique patrimony, and there isn´t also the contemplation and worship of the
huge patrimonial symbol which is at its center.
Praça Marquês de Pombal © BicLaranja |
Understanding
the idea of the construction of the roundabout is, firstly, to understand and
realize that it was an evolution landmark of the city and its consequent
expansion to the north side.
The
idea of rising up a Sebastião José de Carvalho e Melo monument appeared in the
mid-nineteenth century, but it was only in 1882 that it became public and
concrete, when Parliament authorized the state to provide the bronze for its
realization.
Facing
to south, in a position of watchman of the work done, the monument is 36 meters
high and the bronze figure of Marquês de Pombal is almost 10 meters. His figure
rests his arm on a lion, a symbol of serenity and strength. At the base of the
monument we can see a ship prow that symbolizes the liberation of the merchant
navy. The body of a naked woman is Lisbon rebuilt. The sculptures of Pluto and
Poseidon are below the prow ship and the woman and they are the cataclysm
symbols that devastated the city in 1755. The industry and fishing symbols are
next to them - a horse drags the nets, a worker blows the glass. Agriculture is
also represented by the work of farming and a oxbow. A woman carrying a basket
of grapes, represents the beauty and elegance of the shape. As allegory of
University Studies we can see Minerva, sitting before the portico of Coimbra
University.
The
beginning of the twentieth century called people to the square attracted by an
amazing monument, it is wonderful in its size and in its figures.
The
modern times brought to the square the daily rush, the excess of traffic and a
brief and fleeting look of who walking there. The watchful look and the
interest of what it was, what it was there and even what it is today, this look
does not exist.
The
21st century, in a different artistic idea, places the history and life of this
statesman on the walls of the subway tunnels.
Praça Marquês de Pombal © Roc2c |
Hotel
Fenix and Hotel Florida, built in the second half of the 20th century, are the
few buildings that impose themselves on the new modern architecture of the
square. From the initial buildings and the small gardens there is almost
nothing. The square modernizes itself, despises the housing and welcomes the
services.
Short
biography of Marquês de Pombal
Sebastião
José de Carvalho e Melo remained in the history known by its nobility title,
Marquês de Pombal. His family was noble but Sebastian's parents did not have
much money. The boy studied Law for a year at the University of Coimbra and he
did not like it. He entered the military service as a cadet and he also did not
adapt. After a very troubled single life, he married with Teresa de Noronha and
Bourbon, gentlewoman of Maria Ana, queen of Austria.
Praça Marquês de Pombal © Resto de Colecção |
When
he was 39 he began his public life: he was ambassador (a representative of the
Portuguese government) in England - where his wife died - and in Austria. His
energy, after the earthquake of 1755 that destroyed Lisbon and killed hundreds
of thousands of people, gave him great prestige with the king. He was named
successively prime minister, Count of Oeiras and Marquês de Pombal.
A look and a
reflection on the pavement
This pavement
is an icon and at the same times a meeting point of Portuguese and European
traditions, as we have already said. In it they are represented symbols and
figures, thus making reference to Discoveries Time, a landmark in Portuguese
history.
These
meticulous non-symmetrical works of public art also bring the dream and the
memory of daily life, helping to make the identity of the Portuguese Pavement.
Praça Marquês de Pombal © Resto de Colecção |
We can point the historical
importance of these Portuguese Cobblestones. In this roundabout we have a
caravel and a star - all of them represent the great Time of the Portuguese
Discoveries. The caravel was a ship used by the Portuguese during the
Discoveries Era and the star is a celestial symbolism. It portrays the
perfection, light and rebirth.
Comentários
Enviar um comentário