Rua Direita, Arrimal, Porto Mós, Portugal
Conta a lenda que a pá de padeira da Sra. Brites de Almeida, mais conhecida como a padeira de Aljubarrota se encontra na cave secreta da Igreja de Santo António no Arrimal. A lenda contada pelos habitantes desta localidade remota – nos para o final da vida da Sra. Brites de Almeida. Ela, no limiar da sua vida, ofereceu a sua pá de padeira a um jovem navegador do Arrimal que iria começar uma viagem marítima pelo o oriente.
Após meses de viagem por mar desconhecido e sem terra à vista, uma tempestade aproximou – se da embarcação, fazendo o capitão perder o controlo do barco e consequentemente perder o controlo da sua tripulação. O jovem navegador do Arrimal retrata o acontecimento: “O silêncio caiu dos céus, um brilho de um farol gigante cegou – nos e a mão de Deus empurrou – nos para uma ilha vazia. Não percebo muito bem porque Deus nos fez tal coisa. Acordei em uma ilha deserta. Estava sozinho com uma pá de padeira.”
O solitário jovem navegador ateu começou a explorar a ilha e encontrou uma floresta densa e escura e encontra um monstro de sete cabeças e um leão lutando entre si pela vida. O solitário jovem navegador voltou para trás, fugindo e pensando que após aquela luta ele seria o próximo que estaria em conflito e que não teria hipótese de sobrevivência. Construiu uma jangada dos destroços que restavam da embarcação e remando com a pá fugiu da ilha enfrentando o mar.
Enquanto remava pelo mar calmo, o solitário e cobarde jovem navegador ateu começou a ouvir coros de vozes femininas e rapidamente se aproximou. Era um grupo de sereias: “Já tinha ouvido falar deste ser. O meu avô contava – me que tinha conhecido uma sereia e que era o ser mais belo do mundo mas menos necessário. Percebia o menos necessário! Mas belo? Elas têm cornos de vaca e boca de peixe!”. As sereias ouviram o pensamento do solitário e cobarde jovem navegador ateu, porque as sereias conseguem ouvir apenas os pensamentos dos homens quando eles pensam negativamente sobre a sua aparência, e elas perseguiram – o, apanharam – o e prenderam – o no fundo do mar. No fundo do mar havia uma ilha habitada apenas por sereias, que era governada pela a sereia mais velha do mar. A sereia mais velha do mar sabia que estava no limiar da sua vida mas desejava deixar continuidade à sua linhagem. O solitário e cobarde jovem navegador ateu rezava a Deus para o ajudar, além de não ter oxigénio para respirar, a sereia mais velha também era a sereia mais feia. As preces foram ouvidas. Um eixo de luz iluminou a pá da padeira, agarrou nela e subiu do mar aos céus à velocidade de o milagre: “Continuo a não perceber Deus, mas fico – Lhe eternamente agradecido!”.
O solitário e cobarde jovem navegador devoto cristão recente voou pelos céus e aterrou, com a pá e a sua camisola fazendo de pára – quedas, no Arrimal. O solitário e cobarde jovem navegador devoto cristão recente após a sua jornada heróica anunciou que ia construir uma Igreja dedicada ao Santo António, padroeiro das pessoas que procuram os objectos perdidos: “Se querem encontrar a pá da padeira, estará por baixo deste solo. Se querem encontrar Deus, não se preocupem que eu procuro.”
Text: Guilherme Marques Barbosa
Photos: Celso Gonçalves
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