Um dos grandes expoentes arquitectónicos de Portugal, a Calçada Portuguesa é fonte de orgulho e de admiração nacional. A técnica, cujos modestos inícios datam do séc. XVI, teve o seu verdadeiro começo no período posterior ao Terramoto de 1755.
Como sabemos, as águas do Tejo devastaram as ruas e invadiram o Rossio, instaurado o caos na cidade antiga. No processo de reconstrução e reurbanização daquela que seria a futura Baixa Pombalina, coube ao governador de armas do Castelo de São Jorge, Eusébio Pinheiro Furtado, a obra de recalçetamento da nova praça do Rossio, feita já no novo padrão.
Entretanto, o calcetamento do Rossio não foi o primeiro do género a ser feito em Lisboa. A honra pertence ao Castelo de São Jorge, também de autoria de Eusébio Pinheiro Furtado, cuja construção resultou num padrão em zig zag que causou furor na época, sendo mesmo cantado em prosa e verso.
One of the great architectural exponents of Portugal, the Portuguese Pavement is a source of pride and national admiration. The technique, whose modest beginnings date back to the 16th century, had the its true beginning in the period after the earthquake of 1755.
As we know, the waters of the Tagus devastated the streets and invaded the Rossio, establishing chaos in the old city. In the process of reconstruction and redevelopment of what would be the future Baixa Pombalina, was assigned to the governor of arms of the Castle of São Jorge, Eusebio Pinheiro Furtado, the work of reinforcing the new Rossio square, made already in the new standard.
However, the Rossio pavement was not the first of its kind in Lisbon. The honor belongs to the Castle of St. George, also by Eusébio Pinheiro Furtado, whose construction resulted in a zig-zag pattern that caused a furor at the time, even being sung in prose and verse.
Dom Pedro IV Square Photo: ©Lisboa de Antigamente |
Em ambos os casos a mão-de-obra foi feita por prisioneiros, os chamados “grilhetas”. A partir daí, o aumento da procura por mais calçadas do género (bem como as maiores aspirações artísticas) deu origem a mestres e a uma nova profissão: os calceteiros.
Não se limitando ao território nacional, a calçada portuguesa impõe-se um pouco por todo o mundo lusófono, no Brasil à China. O seu padrão mais famoso é talvez aquele chamado de Mar Largo, com o seu traçado de linhas alternadas a preto-e-branco, estilizado no ritmo das ondas do mar e marés. É esse o padrão que desenha um dos grandes cartões postais do Rio de Janeiro, o famoso Calçadão de Copacabana redesenhado pelo arquiteto-paisagisa brasileiro Burle Marx. No Brasil, a primeira cidade a adaptar o Mar Largo foi Manaus em 1900, no auge do chamado “Ciclo da Borracha” que alimentou a rica burguesia. A praça do Teatro Amazonas sendo resultado dessa aparência.
Veja outros exemplos de Calçadas Portuguesas pelo mundo em: Calçada Portuguesa pelo mundo
In both cases the labor was done by prisoners, the so-called "grilhetas". From there, the increased demand for more sidewalks gender (as well as the highest aspirations artistic) gave rise to masters and a new profession: the Portuguese Pavement Craftsmen.
Not limited to the national territory, the Portuguese Pavement imposes itself all over the lusophone world, in Brazil to China. Its most famous pattern is perhaps the one called the Mar Largo, with its alternating lines in black and white, stylized in the rhythm of the waves sea and tides. This is the pattern that draws one of the great postcards of Rio de Janeiro, the famous Copacabana promenade redesigned by Brazilian architect paisagisa Burle Marx. In Brazil, the first city to adapt the Mar Largo was Manaus in 1900, at its height of the so-called "Rubber Cycle" that fed the rich bourgeoisie. The square of the Teatro Amazonas was the result of this appearance.
Centro da capital portuguesa e um dos símbolos da Baixa Pombalina, o padrão foi escolhido por simbolizar o encontro das águas do Tejo com as do Oceano Atlântico.
Center of the Portuguese capital and one of the symbols of the Baixa, the default was chosen for symbolizing the meeting of the waters of the Tagus with those of the Atlantic Ocean.
“NO SEGUNDO ANDAR
DESTE PREDIO
VIVEU OS ÚLTIMOS ANOS
DA SUA VIDA O
TEN. GENERAL EUSEBIO
PINHEIRO FURTADO
1777-1861. A QUEM
LISBOA DEVEU
O NOTAVEL PROJECTO DE
CALÇADA
ARTISTICA DO ROSSIO
DESIGNADO POR
- “MAR LARGO” -
CONSIDERADO A SUA
REPERCUSSÃO
ATE ALEM FRONTEIRAS,
COMO MOSTRA
DE ARTE PORTUGUESA. A
CÂMARA UM-
NICIPAL DE LISBOA
MANDOU DESCERRAR
ESTA LÁPIDE DE
HOMENAGEM AO AUTOR
QUE AINDA DIVULGOU A
MAIS ANTIGA
PLANTA DA CIDADE, DE
ANTES DO
TERRAMOTO, OCORRIDO
HÁ 230 ANOS
1985”
Governador de armas do Castelo de São Jorge, Tenente General Eusébio Pinheiro Furtado (1777-1861), a quem foi posteriormente confiada a tarefa de executar a pavimentação em calçada portuguesa da Praça do Rossio, viveu os seus últimos anos de vida na Baixa Lisboeta. Junto ao edifício onde habitava, mais propriamente no 2º andar podemos visualizar uma lápide, colocada ali a mando da Câmara Municipal de Lisboa com o propósito de o reconhecer e homenagear.
Governor of arms of the Castle of São Jorge, Lieutenant General Eusébio Pinheiro Furtado (1777-1861), who was later entrusted with the task of executing the paving in Portuguese Pavement of Rossio Square, he lived his last years of life in Baixa Lisboeta. Next to the building where dwelt more properly on the 2nd floor we can see a tombstone, , placed there by the Lisbon City Council with the purpose of recognizing and honoring him.
location: Lisbon
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