Veja aqui a Parte I - História da Calçada Portuguesa
Durante os descobrimentos portugueses, e segundo os relatos históricos, os navios iam vazios para os seus destinos o que representava um enorme desafio à sua boa navegabilidade, para tal o engenho português revelou-se ao carregarem os navios, à saída de Portugal, com pedras de calcário e basalto que lhes serviam de lastro, permitindo assim uma viagem mais estável e à chegada aos países jesuítas e militares aplicavam estas pedras pelo território, podendo assim os navios regressar a Portugal repletos de mercadorias exóticas desses mesmos territórios. Estávamos nos séculos XVIII e XIX e a dupla mensagem inerente a esta colonização também pela pedra portuguesa foi um fator distintivo e de reconhecimento para Portugal nas suas colónias.
A calçada serviu também como ponto de encontro pacífico entre as culturas portuguesa e chinesa e mesmo após a transferência de soberania para a República Popular da China continuou-se a aplicação desta arte, foram formados pelos nossos mestres calceteiros aprendizes chineses que hoje aplicam esta técnica. A calçada permitiu também oferecer aos habitantes de Macau novos espaços de usufruo social e de vivencia do espaço urbano.
Em 1906, no Brasil, foram feitas as duas primeiras grandes obras com Calçada Portuguesa neste país com a reprodução do padrão Mar Largo junto ao Teatro Amazonas em Manaus e o calçadão de Copacabana, no início do século passado Paulo de Frontin, o então perfeito da cidade, decidiu fazer uma homenagem aos colonizadores portugueses, através da aplicação do padrão usado em Lisboa, no largo do Rossio, perpendicularmente ao sentido das ondas do mar.
Mais tarde em 1960 a Avenida Atlântida foi ampliada e reformada pelo projeto do arquiteto paisagista e artista plástico Burl Marx, triplicando o tamanho do calçadão e alterando a disposição do padrão passando a ficar paralelo com as ondas do mar. Burl Marx explorou criativamente a técnica da calçada noutros suportes, tendo aplicado alguns dos seus conhecimentos na produção de importantes murais urbanos que complementavam os seus projetos de paisagismo. Também noutras zonas do Brasil, em Ipanema e Leblon, foram criadas calçadas com ondas, formas geométricas e motivos marinhos.
Durante os descobrimentos portugueses, e segundo os relatos históricos, os navios iam vazios para os seus destinos o que representava um enorme desafio à sua boa navegabilidade, para tal o engenho português revelou-se ao carregarem os navios, à saída de Portugal, com pedras de calcário e basalto que lhes serviam de lastro, permitindo assim uma viagem mais estável e à chegada aos países jesuítas e militares aplicavam estas pedras pelo território, podendo assim os navios regressar a Portugal repletos de mercadorias exóticas desses mesmos territórios. Estávamos nos séculos XVIII e XIX e a dupla mensagem inerente a esta colonização também pela pedra portuguesa foi um fator distintivo e de reconhecimento para Portugal nas suas colónias.
Caravela Portuguesa - Descobrimentos © ROC2C |
Macau foi dos territórios fora de Portugal que mais presença de calçada portuguesa teve e tem atualmente, esta técnica foi levada pelos portugueses no fim do séc. XIX e início do séc. XX. Mais tarde na década de 80 do século passado, com o projeto de plano diretor para a malha urbana da península de Macau, renasceu assim o império da calçada no Oriente, existem quilómetros e quilómetros de calçada portuguesa.
A calçada serviu também como ponto de encontro pacífico entre as culturas portuguesa e chinesa e mesmo após a transferência de soberania para a República Popular da China continuou-se a aplicação desta arte, foram formados pelos nossos mestres calceteiros aprendizes chineses que hoje aplicam esta técnica. A calçada permitiu também oferecer aos habitantes de Macau novos espaços de usufruo social e de vivencia do espaço urbano.
Calçada no Largo do Senado, Macau - Anos 80 © Revista Macau |
Em 1906, no Brasil, foram feitas as duas primeiras grandes obras com Calçada Portuguesa neste país com a reprodução do padrão Mar Largo junto ao Teatro Amazonas em Manaus e o calçadão de Copacabana, no início do século passado Paulo de Frontin, o então perfeito da cidade, decidiu fazer uma homenagem aos colonizadores portugueses, através da aplicação do padrão usado em Lisboa, no largo do Rossio, perpendicularmente ao sentido das ondas do mar.
Mais tarde em 1960 a Avenida Atlântida foi ampliada e reformada pelo projeto do arquiteto paisagista e artista plástico Burl Marx, triplicando o tamanho do calçadão e alterando a disposição do padrão passando a ficar paralelo com as ondas do mar. Burl Marx explorou criativamente a técnica da calçada noutros suportes, tendo aplicado alguns dos seus conhecimentos na produção de importantes murais urbanos que complementavam os seus projetos de paisagismo. Também noutras zonas do Brasil, em Ipanema e Leblon, foram criadas calçadas com ondas, formas geométricas e motivos marinhos.
Teatro Amazonas em Manaus - 1972 © Arquivo Nacional Brasil |
As colónias africanas não foram exceção e esta arte foi também levada às avenidas de Moçambique; Cabo Verde; Guiné e Angola em trabalhos que visavam a modernização destes países à estética e cultura portuguesa, alguns destes trabalhos em Calçada Portuguesa ainda hoje existem em maior ou menor grau de conservação.
Na história recente, muitos foram os países que vieram também a adotar a Calçada Portuguesa e com ela atapetaram os seus passeios, praças e espaços privados com esta arte, entre eles: EUA; Espanha; Luxemburgo; Noruega; Qatar; Bélgica; Canadá; Austrália; China; Suíça; Índia e muito nos orgulhamos, de através do trabalho da ROC2C, termos contribuído para aumentar esta lista de países, difundindo o conhecimento da Calçada Portuguesa no mundo. Em cada um deles a calçada deixou-se influenciar pela génese cultural e particularidades identitárias, mesclando-se através das simbologias próprias de cada país, usadas nos desenhos de ornamentação e criando assim proximidade com os locais.
Na história recente, muitos foram os países que vieram também a adotar a Calçada Portuguesa e com ela atapetaram os seus passeios, praças e espaços privados com esta arte, entre eles: EUA; Espanha; Luxemburgo; Noruega; Qatar; Bélgica; Canadá; Austrália; China; Suíça; Índia e muito nos orgulhamos, de através do trabalho da ROC2C, termos contribuído para aumentar esta lista de países, difundindo o conhecimento da Calçada Portuguesa no mundo. Em cada um deles a calçada deixou-se influenciar pela génese cultural e particularidades identitárias, mesclando-se através das simbologias próprias de cada país, usadas nos desenhos de ornamentação e criando assim proximidade com os locais.
Lourenço Marques Maputo - 1961 © American Geographical Society Library |
No ano de 1986, em Portugal é criada a escola de calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa para dar continuidade e estruturação a esta profissão, sendo ainda hoje um precioso arquivo de moldes históricos usados nas mais emblemáticas calçadas de Lisboa.
A Calçada Portuguesa é atualmente candidata à Património Cultural Imaterial da Humanidade, cuja candidatura foi apresentada pela cidade de Lisboa em 2016, estando ainda em fase de análise pela UNESCO.
Ao longo dos séculos, o saber imemorial desta arte aglutinou-se para nos trazer aquilo que hoje conhecemos como Calçada Portuguesa que é na realidade histórica: uma calçada de memória portuguesa.
Uma história que se escreve de paixões, de pessoas que acreditaram na capacidade técnica e artística desta arte e a foram continuamente disseminando pelo mundo, mas a história é contínua e em permanente registo, neste sentido pretendemos na ROC2C investigar, aprofundar e mostrar a história da calçada portuguesa até à atualidade, continuamente.
A Calçada Portuguesa é atualmente candidata à Património Cultural Imaterial da Humanidade, cuja candidatura foi apresentada pela cidade de Lisboa em 2016, estando ainda em fase de análise pela UNESCO.
Ao longo dos séculos, o saber imemorial desta arte aglutinou-se para nos trazer aquilo que hoje conhecemos como Calçada Portuguesa que é na realidade histórica: uma calçada de memória portuguesa.
Uma história que se escreve de paixões, de pessoas que acreditaram na capacidade técnica e artística desta arte e a foram continuamente disseminando pelo mundo, mas a história é contínua e em permanente registo, neste sentido pretendemos na ROC2C investigar, aprofundar e mostrar a história da calçada portuguesa até à atualidade, continuamente.
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